Quem me dera

Quem me dera

Quem me dera ver meu tataravô
Dizer-lhe que hoje sou livre
Que vou pra onde quero
Trabalho onde eu quiser
Visto a roupa mais bonita
Vou ao baile, ao botequim
Amo a mulher que escolho
E sou feliz assim.

Quem me dera ver meu tataravô
Dizer-lhe que hoje, sou quase livre
Trabalho onde me aceitam
por causa da minha cor
Visto a roupa que posso comprar
Com um dinheiro suado...
Que ganho quando trabalho
no bar ou no botequim.

Quem me dera ver meu tataravô
Dizer-lhe que hoje os grilhões são invisíveis;
O tronco é a minha origem
E o chicote é silencioso...
Mas tão eficiente ou mais
quanto no passado.
Não vô, não dói nem fere a pele
Porém, a alma purga
O coração sangra
E a lágrima desce.

Lena Galvão

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